segunda-feira, 5 de setembro de 2011

  Não há estrelas essa noite. Vai chover. Assim eu espero. Ansiosamente. Espero a chuva e sua permissão para ser um pouco melancólica e poder dormir ouvindo águas que não são minhas. Vendo lavar a rua e balançar os galhos, espanar poeiras escondidas e revolver a terra do morro, manchar os pés dos passantes. Espero que a chuva salpique meu quarto e levante aquele cheiro de capim molhado. Mas gostoso que o de poeira assentada, que insiste em permanecer nos móveis, mesmo depois de espanar. O vento passeia por entre as roupas na cadeira, balança os papéis sobre a mesa e me dá esperança, de quem sabe, um dia, mudar tudo do lugar. Espero a chuva, como quem tem esperança.

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