domingo, 27 de novembro de 2011

As vidas.

    Caminho lentamente pela calçada estreita da avenida principal há tanta agitação na rua. Procuro analisar calmamente e minuciosamente os traços escondidos nos semblantes alheios, cada qual com a sua história. As ruguinhas de expressão acusam noites chorosas e dias alegres. Tento ouvir os batimentos compassados que transitam ao meu lado, imaginando a história que cada ser carrega junto ao peito. Cada um carrega um outro igual, como peso, como calma, mas os corações corriqueiros nunca estão sozinhos. Alguns estão ao telefone e outros caminham com paciência. No banco da praça alguns casais dividem sorvetes e sonhos, outros em cantos mais distantes misturam histórias em lágrimas e terminam a tarde impondo um fim definitivo. Atravesso a esquina seguinte e automaticamente vasculho as ruas a fim de encontrar qualquer coisa. Apenas de corpo presente, observo. Há tantas histórias as quais se misturar nas ruas e descidas da cidade, corações sofredores apelam aqui e ali por encontro na calada da consciência. Vidas vêm e vão, na mesma velocidade em que os carros avançam o sinal verde. Sou apenas mais alguém carregando a bolsa de lado cheia de sonhos e esperanças, procurando o lugar certo para entregar. Destinos se cruzam na próxima esquina, amores surgem na loja da frente. O céu é tão infinito quanto os olhares que se perseguem, o sol irradia tanto quanto as almas ao meu redor. Todos querem um pedacinho de nuvem para descansar. No fim do dia corpos cansados se recolherão aleatoriamente, sozinhos ou acompanhados, sadios ou doentes aos seus respectivos leitos e farão o pedido para o dia posterior, sonharão com um amor distante, ou com aquele que está logo ao lado. As estrelas serão lembradas com sorrisos quando em abraço se olhar para o céu. Capaz seria que se em meio à correria todos parassem por um minuto e sorrisse para o lado, o mundo dormiria mais feliz. Há vida em demasia, creio que haja amor também, de sobra. Agora sei porque o céu é infinito, e o mar imensurávelmente grande. Haja céu para tanto sonho, haja mar para tanto choro.

sábado, 19 de novembro de 2011

A pequenez no universo.

       Sempre tive curiosidade sobre o universo. Desde pequenina sua imensidão me chama atenção. Aos oito, roubei de meu irmão um livro que falava sobre cada planeta, inclusive plutão, que ainda era considerado um. E eu li e reli esse livro inúmeras vezes. Falava sobre como o homem fez sua primeira viagem espacial na quinta missão do Programa Apollo, a “Apollo 11”. Nesse ponto tive orgulho de fazer parte da humanidade. Aos poucos fui identificando cada planeta pelas suas peculiaridades. Imaginava a vida impossível em cada um. Considerava alucinante a proximidade de Mercúrio do Sol. Tinha medo da atmosfera tóxica de Vênus. Achava lindo o vermelho de Marte. Júpiter parecia incrível, cheguei a ter vontade de visitá-lo, por isso o fato de ele ser um planeta gasoso me dava nos nervos. Tinha vontade de sair patinando sobre seus anéis de gelo. Pensava sobre o quão congelante deveria ser estar tão distante do sol.
    Cheguei a me imaginar morando em Plutão. E, após ler O Pequeno Príncipe, pensei em como seria fantástico morar num asteróide só meu. Ou quem sabe eu poderia dividir o asteróide B 612 com a pequenice do personagem de Antoine de Saint-Exupéry, por quem me encantei. Queria ser astronauta e até brincava que a cama de meus pais era solo lunar.   Pedi um telescópio de presente do dia das crianças. Sonhei em trabalhar na Nasa, em observatórios nas Cordilheira dos Andes e estudar sobre supernovas. Isolada de todos e envolvida apenas com as minhas curiosidades sobre o infinito. Tive medo de sermos atingidos por corpos soltos ou engolidos por um tremendo buraco negro. Mas nunca deixei de gostar de observar o céu noturno, principalmente quando não nublado, me faz sentir como se realmente fizesse parte desse infinito. Que louco é estarmos perdidos no meio disso tudo.
    Encanta-me o quão vasto o universo é. Sua imensidão acomodando inúmeras galáxias, sistemas, entre outras organizações que o homem fez para poder compreendê-lo melhor. Fenômenos, dos quais não fazemos ideias, acontecem nele o tempo todo, como uma dança. Várias danças. E todas são lindas e admiráveis de se imaginar. A forma como um grupo de corpos têm seu sol e nele vivem a realizar translação sem cansar ou cessar. Alguns são teimosos e insistem em não fazer parte de dança alguma. Querem apenas seguirem soltos e sem rumo pela escuridão. Mal sabem esses que também fazem parte da festa. A morte das estrelas gerando supernova. Pedaços de corpos que perderam sua origem, mas não deixam de serem incríveis em suas características. Asteroides trazem consigo histórias de qualquer lugar do universo.
   Mas as estrelas sempre me encantaram mais. Elas são, aparentemente, as mais reservadas. Mas apesar de terem um brilho humilde, elas formam, juntas, constelações e formas tão hiperinteressantes que já fizerem o homem se perder nelas. Tentar desvendar o futuro através delas. Elas estão em maioria, espalhadas por todo o infinito. Dando ainda mais beleza a imensidão. Eu não gosto do miticismo que insistem em colocar nelas. Faz pensar que elas, por si só, já não são maravilhosas o suficiente. A existência de vida na Terra é surpreendente. Em bilhões de anos, uma combinação de acontecimentos, colisões e reações químicas ocorreram. Ciência pura. Ainda irei desvendar muitas coisas sobre o universo. Saber que faço parte desse infinito me faz bem. É loucura mesmo, sou meio fora dos eixos, acontece com os melhores. Newton, Galileu e Copérnico que o digam.

sábado, 12 de novembro de 2011

Verbalizando resquícios de mim.

    Eu chovo junto com a chuva, purifico, hidrato, rejuvenesço. Escuto a música e ela é tão boa que a vida acaba, se cala para ouvir, paralisa os segundos, os semáforos, os vendavais; mas a morte não existe. Eu deixo-me dominar por surtos de inspirações danados à beça, que pegam-me de supetão e burlam a hora marcada. Abrigo num corpo tão pequeno sentimentos opostos, vontades insanas e lágrimas que parecem sorrir, tão zombeteiras. Aí vou me perdendo na busca por mim mesma, por respostas para perguntas ainda não formuladas e textos para por pontos de interrogações aleatórios. Meu maior desejo é morar numa casa sem teto com paredes de vidro, bem longe, em lugar nenhum, para que as estrelas cubram cimento e eu possa acordar com os primeiros raios da manhã. Não quero proteção, quero céu, cor azul, fragrância das flores, brisa gélida e inspiração para singelos poemas escritos em prosa. Eu fascino-me com as cores cujo nome não faço ideia, envolvo-me com livros de todos os gêneros possíveis e vivo vidas que não são minhas.    
  Personifico papel, sinos e estações, porque sei que eles também respiram; o som, porém, é silencioso e imperceptível, já que não há narina, apenas essência. Disseram-me que branca mesmo era a tez da manhã, e agora meus olhos escuros almejam um contraste ao acaso. Se paz sem voz não é paz, mas medo, então grito, expulso sentimentos parasitas, faço-me trator e demulo a mobília, tanto real quanto metafórica. Não evito, não controlo, apenas chovo junto com a chuva, purifico, hidrato, rejuvenesço, porque sou corpo humano com alma de flor. Flor daquelas que se desfazem com o vento e precisam de amor para brotarem, mas sempre caem por terra nos mal-me-quer, bem-me-quer. Flor do tipo que guarda uma fragrância misteriosa e entrega a alma para poetas que fazem delas uma obra de arte. Eu sou eu porque não sei ser outro alguém, e aí confundo, baralho conceitos e sentimentos como se eles fossem rei e rainha de copas. Eu corro, eu fujo, me afasto e deixo uma carta sobre a cômoda: “Dessa vez, talvez não volte”.     
   Verbalizo sensações e pedaços que cato de mim mesma, faço reconstruções dos meus castelos e masmorras, tento seguir um protótipo de “humano ideal” mas me perco. Então - mas só então - finalizo textos sem sentido com travessas reticências, que riem, caçoam, saem de fininho, deixando-me só…

Sede saciável - uma crítica

“Shoppings cheios, bibliotecas vazias”. Essa é a oposição clichê mais usada pela sociedade moderna, mas que nada faz além de conceder alguns instantes de reflexão às mentes de crianças e adolescentes. Ainda que ignoremos, de forma sucinta, a teoria temerosa se prova verdadeira: o povo não lê.
  A geração atual, extremamente vulnerável, parece não se importar com a situação que foi imposta; já estando adaptada ao modelo de vida tecnológico implantado pelos aparelhos interativos movidos à eletricidade, convive pacificamente com distrações e passa tempos, substitutos dos livros.
  Talvez por praticidade (já que comprar um videogame é mais fácil do que ensinar o filho a ler, interpretar e filtrar as informações do papel), os pais assumem parte da responsabilidade pela ausência do hábito da leitura em seus filhos. A instituição educacional também não se isenta de culpa, pois ao usar métodos insuficientes para estimular o desejo de ler em seus alunos, deixa de contribuir para o progresso intelectual dos mesmos.
  Outro fator que desvia o foco das pessoas é a liberdade concedida erroneamente, pois, às vezes, é necessário “empurrar” um livro e colocá-lo na frente da tela do computador, além da apresentação da arte da leitura de forma excessivamente individual e comum.
  Pode-se concluir, portanto, que o funcionamento social, a imposição, pela mídia, de estereótipos que valorizam a aparência externa e pouco estimulam a intelectualidade e o fato de que a estrutura que forma a maior parte dos jovens cidadãos é frágil e influenciável são alguns motivos que contribuem para a saciação da sede pela leitura na sociedade atual. 

Pronto. Desabafei!

sábado, 29 de outubro de 2011

Inconstância.

   Eu conto os segundos porque não quero ser contado, porque tenho pavor demais de chegar tarde, de não poder eu mesma saber dos meus segredos e escolher os que jogo ou os que deixo. Assim os segundos me contam do mundo, que sou capaz de ficar com o coração pesado ao passar na rua, que eu não deveria sentir e compreender qual é a marcha que o vento faz para ver se eu me conservo. Para ver se eu me protejo do sol com qualquer coragem. Para ver se eu paro de esquecer guarda-chuvas e varas de condão, e recortes de jornais onde faço origamis. E me contam que essa vida poderia ser melhor de outro ângulo, de outra rua, de outra época. De outra vida. Eu percebo sem ajuda o quanto é duro decidir minhas próprias coisas. Falar minhas próprias coisas. Sentir minhas próprias coisas. Tão minhas que às vezes saem para fora deste mundo e eu não sou esperta o suficiente para dividir com ninguém. Ter esse chão que sempre cobra o troco por me apoiar dia após dia e esse céu que despeja lágrimas sem que eu dê permissão - esses tipos de piada refletem em mim e o desespero grita alto. Eu poderia ser uma pessoa melhor, mais solta, mais compreensível. Eu poderia deixar esse vento seguir o rumo dele sem minhas interferências de pensamento ou confissão. Mato um pouco meus fervores para ver se sou aceitável depois de ser entendida. Para lutar por uma causa, caso seja enforcada e me mantenha viva. Eu preciso de vinho. Preciso liberar a garganta e empunhar papeis, descobrir eu mesma se sou responsável por mim, vítima ou vilan de mim. Não espero ser o escuro para sempre. Espero ter respostas. Saber como me salvar, onde ficam as saídas. Se existirem saídas. Se eu puder sair de mim.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O tal do tempo…

   O relógio teimava em soar… Malditas horas, malditos dias, maldita vida que se arrasta refém de um tempo que não está em minhas mãos. Tempo frenético, morto, inimigo meu. Tento puxá-lo pelas mãos, mas ele me escapa novamente. Envereda-se por becos escuros, onde não consigo ir. Ah, quem me dera domar o tempo, quem me dera controlar os segundos de minha vida como quem tem as linhas de seu próprio destino. Encaminho-me para um lugar distante em busca dos segundos no relógio que tanto perdi, me jogo de cima de pontes que mal sei o nome, conheço céus que não têm cores. Ninguém parece entender que os resquícios ‘dum passado que marcou meus dias continua latejando minha mente… A história sem sua continuação, apenas um epílogo mal feito… O desfecho com o mesmo final.
   Eu me vejo em tantos escritos que já se foram. Me armo até onde posso com sentimentos que penso serem puros… No final do dia, apenas sou um lascivo moribundo, atrás ‘duma ave a me amar… Que me leve por asas a um lugar que me pertença… Moça, no final dos dias somos dois loucos querendo nos encontrar, largar a solidão que emana de nossos passos e exala de nossas mentes. Antes que o ponteiro do relógio anuncie sua partida, venha… Se encontre em mim para nunca mais eu me perder, sim?

terça-feira, 11 de outubro de 2011

A fulga do meu eu.

 Também existem essas horas em que minha solidão amiga e minha tristeza costumeira não me bastam. Situações que me isolam de mim mesma, quando eu me jogo para escanteio, quando eu assumo que o peso do meu coração é suportável, mas nem por isso é fácil de carregar. Eu poderia não olhar para os lados, não deixar que meus joelhos se ferissem, não cair de amores pelo mistério, mas não. Estou numa constante queda e ninguém numerou o andar. Tenho uns metros e alguns vestígios de desejos nos olhos. E, ainda assim, há momentos em que o vento é só uma pincelada de liberdade. Na maior parte do tempo, quero mais. Não sempre, nem se pode. Minha sina é só de sentir e às vezes eu clamo descanso. Quero teu tapete aveludado pra deitar ao lado. Quero tua sala muito vazia para caber todo o silêncio que me cerca. Quero teu colo sem perguntas para passar a noite. Porque eu também preciso tirar férias de mim. Trocar de corpo e largar de mão a imensa turbulência de sentimentos que o mundo me trouxe. Por favor, meu eu, faço qualquer coisa para conseguir um minuto sozinha, sem mim. Pois não sei me virar acompanhada em caso de emergência. E esse é, definitivamente, um caso de emergência. Sem metáfora, sem exagero. Nada é figurativo quando se trata da responsabilidade pela própria vida.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Gentilezas.

  Um dia desses eu estava caminhando perto da minha casa, numa dessas calçadas estreitas que tem aos montes, quando a sacola de compras de uma senhora que caminhava na minha frente arrebentou e dela caíram várias laranjas. Obviamente, quer dizer nos dias de hoje nem sei se é tão óbvio assim, parei para ajudá-la.
  Depois de ter recolhido tudo junto com ela, sobrou uma laranja que eu peguei e quando fui entregar, ela me ofereceu como presente em agradecimento pela ajuda. Agradeci de volta, ela me desejou sorte e cada um seguiu seu caminho, o seu dia e foi cuidar da vida.
  Nada demais, uma historinha boba como qualquer outra que pode acontecer com qualquer um se não tivesse servido para me fazer pensar que caso ocorresse durante alguma viagem minha por qualquer lugar do mundo, eu pensaria assim: “nossa, que povo simpático, educado, cortês”.
  O ser humano consegue ser extremamente agradável quando quer, o grande problema é que não se esforça nem um pouco para isso na maioria das vezes. A nossa sociedade contemporânea atribui força e delega admiração à indiferença e ao cinismo solitário, ao sarcasmo que invariavelmente é confundido com inteligência.
  Essa brutalidade intrínseca é tão presente e tão “normal”, que uma pequena e doce experiência como essa me faz acreditar que a despeito de tudo, nem todos valorizam o áspero, o demasiado objetivo, o impessoal e que de vez em quando alguém pode lhe oferecer a sobremesa do seu almoço numa simples retribuição a um ato de solidariedade.

O meu “obrigado” à simpática senhorinha por isto.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Eco Poético.

  A madrugada me chamou para dançar, com sua valsa medida e bem vestida, veio até meus braços me ensinar a dançar; essa dança de tristeza que nos levou até o pilar das angústias passadas. São sinfonias não mais silenciosas que quebram as horas em busca de novos admiradores, fantasmas que vagam na inconstância da noite abrindo as portas dos nossos segredos não preparados para a valsa macabra das horas contínuas. São lamentações e murmúrios que se transformam em ótimos dançarinos, arrancando dos saltos o som dos suspiros chorosos.
  Brindemos, então, minha graça, às expectativas não alcançadas, as inverdades sofridas no peito e na alma, como a celeste incompletude de dias que deveriam ser apaixonantes. Cadafalso de palavras revestidas do cálix da amargura, perfídia como sombria oscilação dessa alma ainda muda. Assim como corvos famintos a sobrevoarem teu céu, as dores se copulam em tua face, adentrando em teu peito despedaçado, dando mais escuridão às partículas que sobraram dessa fé poética que, hoje, lhe causa ânsia de vômito.
  Por Deus, eu sei, antes sentia a mão da divina esperança sobre tua cabeça repousar. Agora, olha-se moribunda e perdida, sem uma gota de sorriso ao longo desse centenário de lamúrios não revestidos, transformados em trêmulos lábios de ansiedade, em busca da vida nova nas celestes auras não partidas. São criações desse teu peito danado e teimoso que ainda consegue resgatar orvalhos de força para ultrapassar as tormentas à caminho do sol da liberdade; um heroico ato, movido por uma legião de sentimentos arraigados a tua alma que ainda se locomove. São respirações espirituais de uma tentativa real de recomeço, olhos enamorados que rejeitam a dor manifestada em rostos; filhos da própria história, hoje, andando sozinhos.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Sou Psicopata.

   Etimologicamente falando sou sim psicopata, doente da alma, cheia de danos e más recordações. Tenho também como sensação preferida, a misantropia, o tédio a humanidade. Pessoas me cansam. Na pele, no riso e escondida atras das palavras, trago marcas que tendem a crescer ao decorrer do tempo. Costumam dizer que o remédio é o tempo, ainda acho que é a poesia, a invenção, a paixão. Invento. Amo. Desamo. Apego. Desapego. Mudo. Re-invento meu passado nela, por isso esqueço as magoas, as transformo no que deveriam ter sido, prevejo meu futuro e o faço como quero. Enquanto ao presente, escrevo pouco dele, porque nele estou sempre a escrever. Lembro que uma vez meu pai perguntou-me porque comecei a poetizar minha vida, ou a que gostaria de ter, respondi-lhe que só assim conseguia descansar, hoje minha resposta seria outra, hoje minha poesia vai além do alivio, ela hoje também é o meu peso, talvez minha alma poética faça de mim uma escrava, alguém viciada, dependente, da minha alma doente e de um papel, diria ao meu pai também que não comecei a poetizar minha vida, sempre a poetizei, mesmo quando não as escrevia, porque minha alma doente, ainda não morreu porque sente poesia, eu respiro poesia, e sempre a respirei.
   Acho que minha alma não morrerá, porque poetas não morrem, são eternizados n’um papel, por isso decidi escrever este texto, falar da minha alma, para que ela nunca se vá. Já me chamaram de louca, de tola, mas vejo com clareza que é realmente isto que todo poeta é, um louco, louco de amor, e orgulho-me dessa doença me apossar. Assim como todo psicopata necessita de seus tratamento, necessito dos meus, uma dose de café e um caderno em branco. Tenho minhas manias de louco também, converso sozinha ou melhor com meus muitos eus e seus desejos. Morro neste mundo imundo e renasço nos papéis e ainda assim sempre volto a respirar com a alma doente. Doença dos amantes, dos apaixonados! Meus dramas são todos mexicanos, e todos viram poesias, porque só dramatizar na mente não teria graça. Faço novelas, faço contos, faço verdades que não passam de mentiras bem escritas, e acredito em todas. Quando minto verbalmente no meu dia-a-dia sempre sou apanhada, e me convenço que meu talento é outro, mentir no papel, enganar a todos e a mim, com minhas estorias de amor ou de desamor. Outro dia eu me vi n’um debate incessante com meu professor de sociologia e me veio subitamente uma poesia em mente, dessas que se não anotas rapidamente fogem de tua mente na mesma velocidade que uma estrela cadente passa no céu. Eu corri. Abri meu caderno e anotei a ideia central da futura poesia “o lixo do mundo”, e quando estava novamente pronta a debater, me veio da alma doente um grito, que saiu de minha boca como um eco - ”O lixo do mundo, o mundo é o lixo, não sendo lixo, sendo a lixeira” o professor me disse “poetas são psicopatas, convencem o mundo com suas mentiras, converteu-me que este lixo é mesmo sem fim”, então eu pensei “Que tolo! Não vê que a filosofia das nossas almas poéticas, é outra, é reciclar”.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Em busca da verdadeira Felicidade.

  As pessoas vivem em uma incessante busca pela felicidade. Buscam, buscam, trilham caminhos árduos…Acabam por nem observar a paisagem ao longo desses caminhos.  E a felicidade é justamente isso. É o caminho, é a busca, é o crer, é o ser, é o QUERER. Sim, querer. Querer estar bem consigo mesmo. Querer se sentir bem. A maioria dos seres humanos acredita que a felicidade se encontra nas grandes coisas, nos grandes sonhos, nas grandes realizações. Mas é aí que se enganam. A felicidade é o tipo de coisa que vai acontecendo, vai fluindo…É um processo gradativo. É um acúmulo de alegrias. A alegria por si só, não. Essa é passageira. Dá e logo, logo, passa. A alegria é proporcionada por prazeres externos… Já a felicidade, ah…a felicidade. Essa, meu amigo, está dentro de você. Quer ser feliz? Vire-se do avesso. Ou melhor, revire-se. Talvez, se você parar um pouquinho de fugir de si mesmo e começar a olhar pra dentro de si, você consiga encontrar essa tal felicidade. Você precisa descobrir o que te move, o que te desperta. O que você procura pode estar ao alcance do seu olhar. Coisas tão simples que acabam por tornar-se complexas por uma simples falta de visão do ser humano. Um sorriso, uma conversa afetuosa, um filme com quem se ama, uma volta no parque, um abraço de mãe, uma fruta colhida do pé, o pôr do sol, a lua cheia, a areia quentinha abaixo de seus pés. Todos esses momentos nos provocam sensações indescritíveis de estar bem e de querer permanecer bem. Esses pequenos momentos de alegria é que vão se unir e formar a tal da felicidade. Pequenos momentos que as pessoas deixam passar pois estão muito ocupadas com a tal da busca infindável… Vivencie a sua busca pela felicidade, sinta! Entre em sincronia com você mesmo. E assim, quando menos perceberes, estarás sendo feliz.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Aquela carta...

  O mundo mudou. As cartas não precisam de remetente, os prédios cobrem-se com espelhos e dispensam janelas, o ar não é mais natural, mas condicionado, as músicas só precisam de letras e quaisquer acordes formam melodias. Você mudou. Agora, camufla-se numa sociedade depreciativa e injusta, faz-se dono de si mesmo e recusa minhas doações sinceras de afagos. Só posso dizer que também mudei. E nesse planeta tão cheio de gente vazia, eu quero fazer-me âncora de cabeça para baixo, pois muito discordo e dessa ideia de prender-me ao chão; tenho mesmo que segurar as nuvens e o céu, mirar o alto, ultrapassar as gaivotas, começar por baixo e elevar-me ao infinito. Aqui, nesse protótipo de masmorra, eu quero metamorfosear-me em fênix, pois nutro incrível admiração por esse ser tão puro, doce e sábio; acho que renascer das próprias cinzas traduz um pouco dos meus ideais e afirma que a morte não existe, é só ilusão. Eu quero prolongar para a eternidade essa vontade louca e deliciosa de escrever, pois nas palavras ponho um pedaço de mim e despejo o peso dos fardos que carrego. E, ah, se o mundo moderno e instável soubesse como a leveza que me domina é confortante! Rasgaria a camisa de força que o prende e leria uns livros de poesia…
  Mas o mundo não sabe. Ele continua preso, agarrado às correntes, escondendo o portal da liberdade de si mesmo. Aqui, nesse canto, eu quero desatar os nós que me mantem refém de um lar contraditório, desigual e infeliz para poder criar asas e planar alturas inimagináveis. Eu quero parar de querer e ser, fazer e tornar-me, tão simplesmente, reflexo dos desejos sinceros e singulares que residem em meu âmago. Enquanto não o faço, olho pela janela e vejo.
  As pessoas mudaram. Hoje não acreditam mais no pote de ouro no fim do arco-íris, esperam a chuva passar dentro de seus respectivos automóveis e escrevem no diário duas vezes por ano. Vi também que meus rabiscos sempre começam com o pronome “eu” e isso talvez signifique que eu procuro loucamente por mim mesma, reforçando os traços da minha personalidade em formação. É que também mudei, estou mudando.
  E, sinceramente, hoje só espero que o mundo encontre as chaves que deixei sob o carpete…

Ausência.

   Sem nunca ter sentido o gosto dos teus lábios, sabia que teriam o gosto mais doce do mundo; sem nunca ter olhado-o nos olhos, sabia que seria o olhar mais encantador; sem nunca tê-lo tocado, sabia que teria a pele mais macia e cheirosa que possível ter; sem nunca ter ouvido a tua voz, sabia que seria a que permaneceria em minha mente para sempre. Sem nunca ter amado, sabia que amava-te. Uma história sem prolixos, um único olhar responderia a todas e quaisquer perguntas. Todos os parágrafos dos textos presentes nas cartas (que mandava-te e que mandava-me) eram extensos, mas com uma conclusão simples e resumida: amávamos-nos. Tua letra caligrafada e a minha desleixada, ambas juntas tornavam-se perfeitas; nossas almas, uma pertencente à outra, eram incríveis, exuberantes. Queríamos um amor eterno, esbelto e incólume; queríamos um ao outro. Desejavas juntar as cartas quais recebi de ti e mostrar-te que guardei todas elas, numa caixinha que deste-me de presente; mostrar-te que ali, era resumido o nosso amor (um resumo bem extenso, com todas aquelas cartas). Contava-me os teus sonhos com nossos corpos colado um no outro; contava-me que sentiu em si mesmo, quando, num dos muitos sonhos, nossos lábios tocaram-se. Partilhávamos todos os sonhos ou devaneios que tínhamos; contávamos quais eram as nossas reações ao ouvir tocar a nossa música num lugar preenchido por uma multidão (eu bailava sozinha, imaginando teu corpo no meu). Lembrávamos das primeiras conversas, sem saber que tal imenso amor iria nascer ali. Agora aqui jaz um amor, só de mim (de mim à ti); pois, onde foste o teu amor (por mim)? Cansou-se e cessou-se? Perdemos-nos um do outro; fugimos um do outro; mas por quê? Perdi-te, perdi o caminho, perdi os sonhos; mas não perdi o amor, ainda carrego-o aqui comigo; como uma faca afiada que encontra-se dentro do coração, que vai rasgando e apagando a cor, dum vermelho límpido, de meu coração; e rasgando meu peito, perfurando-o dolorosamente. Indago-me: serás que nossas almas ainda irão encontrar-se por aí? Perdidas no mundo, com a ausência de “nós”, do amor de mim por ti e de ti por mim…  Afagou e depois afogou o nosso amor? Enterrou, soterrou e asfixiou-o?O nosso diálogo, agora és o meu monólogo. Sinto a nostalgia da tua alma, sinto nostalgia do “nós” que tu deu um “nó” e trancafiou num lugarejo qualquer. Martírio de nosso amor, oscilação de minha alma, dor da ausência que fazes-me. Não lhe eras o suficiente, lhe machucava ou tropicou numa outra alma mais límpida? São tantas perguntas para lhe fazer; és tanta a saudade que faz-me; és tanta a dor que dilacera-me. Tua partida roubou-me o pouco brilho que possuía, ofuscou-me por inteira.

sábado, 10 de setembro de 2011

A sua inexistência

  De vez em quando, pra não dizer em sempre, enquanto a claridade cede espaço à escuridão, eu fico ali sonhando qualquer coisa meio boba que me faça flutuar. E enquanto o sol colore o céu de um tom laranja, eu sento-me em mesa para dois e imagino que estou te esperando chegar com o sorriso das 7, e um abraço apertado. E eu digo até meio convicta, que pra tudo já tenho par. Ando na rua com amor a tiracolo te esperando me encontrar. E a mão balança, dança, abana o vento procurando outra para segurar. De vez em quando eu tiro som do violão desafinado, como quem faz música de amor sincero. E eu faço filme, vejo drama de ciúme aflito, e na calada da consciência, desejo ser apenas eu perto de ti. E o telefone quando toca, assusta meu coração abobado, que sorri desapontado por se lembrar que você nem tem o meu número. Levo dinheiro pra duas casquinhas, caso eu vá te convidar na praça pra tomar um sorvete, em qualquer tarde de domingo. Dá pra entender o coração acelerado, criando sonhos ao despertar, sem que eu ainda nem pude te encontrar? A gente tem que se esbarrar em algum canto por aí, pra sem querer eu te encontrar e você me descobrir.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

  Não há estrelas essa noite. Vai chover. Assim eu espero. Ansiosamente. Espero a chuva e sua permissão para ser um pouco melancólica e poder dormir ouvindo águas que não são minhas. Vendo lavar a rua e balançar os galhos, espanar poeiras escondidas e revolver a terra do morro, manchar os pés dos passantes. Espero que a chuva salpique meu quarto e levante aquele cheiro de capim molhado. Mas gostoso que o de poeira assentada, que insiste em permanecer nos móveis, mesmo depois de espanar. O vento passeia por entre as roupas na cadeira, balança os papéis sobre a mesa e me dá esperança, de quem sabe, um dia, mudar tudo do lugar. Espero a chuva, como quem tem esperança.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Duvide ou acredite.

  Eu cheguei a estar lá… Mas não tenho certeza de que isto tenha realmente acontecido. Os sonhos que tenho as vezes me pregam peças e acabo esquecendo do que é real e o que é imaginário. Só me lembro que o céu estava da cor do lago cheio de folhas amarelo-ouro a flutuarem sem pressa.   
  Recordo-me do asfalto: vazio. E a imensidão se distendia por todos os lados, preenchia a vista. As formas da natureza esquecida esmerava-se nos recantos sombrios, distantes das ruínas que eu estava acostumado a presenciar. Recordo-me do gosto amargo que senti na boca na noite anterior e dos meus olhos que não se pregaram a noite toda. As horas calmas vazaram e se espalharam, enquanto estava lá, pelo mundo, entre a cidade que agora dorme. 
  O vento gélido atravessou os vales, os cumes, as folhas o lago e eu. Senti meus pés formigarem, senti meus olhos se fecharem e pensei no porquê das coisas serem como são, tão desconexas à contra mão. Porque ainda existo sem razão?
Afinal, meu ser ainda percorre as linhas imaginárias de todas as escapatórias que propriamente criei, uma espécie de fuga que ameniza a realidade de não ter para onde correr. Ao abrir os olhos, encontrei o meu quarto, com as janelas abertas e o mesmo vento frio a atravessá-la. E me atravessar. Os galhos que se movem lá fora estão com as folhas que um dia irão despencar e transitar calmamente no lago. As mãos que aperto aqui são a representação do que não posso tocar por dentro.
  E é assim todos os dias: fecho meus olhos em busca da proteção que está impregnada nas linhas imaginárias que percorro ao escapar do que me prende aqui, ao escapar de mim.
   Eu poderia ser uma bela definição pra palavra contradição! De vez em quando me perco no meio de tanta contrariedade e de tanta opinião temporária. Às vezes creio ter mais de uma personalidade! Juro que não faço por mal, ora, ter duas caras soa até mal-caratismo, mas só depois que percebo no buraco de contradição que tô caindo. Digo palavras lindas e tomo atitudes verdadeiramente medíocres, respiro fundo e no minuto seguinte não acredito que fiz tal coisa, parece idiotice depois que faço, até me arrependo depois… mas deixo pra lá, o pouco orgulho que ainda me resta não permite que eu fique remoendo nada. Orgulho é uma coisa que me tira do sério. Não suporto gente orgulhosa, mas é só nas outras pessoas, não sou uma pessoa pra lá de orgulhosa, mas adoro quando o mesmo vem de mim, acho o máximo fazer os outros virem atrás de mim. Minhas relações de afeto também são meio conturbadas, quando começo a gostar de alguém, me afasto, esqueço, algo acontece, desanda tudo. Não sinto inveja, longe de mim ficar de invejinha, mas digo odiar sem ao menos saber o nome do indivíduo. Juro que já tentei parar com isso, já me repreenderam o bastante, mas eu sempre acerto, aponto o dedo e digo meia dúzia de verdades. Meu amor é destinado pra pouquíssimos, em compensação tenho amor incondicional pelos mesmos, daquele amor de querer transformar a pessoa num boneco meu e levar pra tudo quanto é lado, de ficar agarrado o dia todo… mas em dez minutos já tô cansado da mesma voz ecoando no meu ouvido. Odeio que sintam ciúmes de mim, acho idiotice e enche meu saco, mas se eu pudesse proibiria meus amigos de falarem com outras pessoas e odeio quando os mesmos fazem amizades novas. Sou do tipo ciumento que faz um dramalhão tremendo. Guardo rancor e nunca esqueço a sacanagem que fizeram comigo! Prometo pra mim mesmo dar um gelo de um bom tempo na pessoa mas no dia seguinte acabo esquecendo e deixo pra lá. Pior mesmo só quando chamo alguém de arrogante. Não aceito estar errado, não mesmo, sou o dono da verdade e já me apeguei a esse fato,sim, pra mim um fato. Odeio infantilidade e falta de maturidade mas volto a ter sete anos em brincadeiras. Também não aceito perder nada, jogo ”pedra, papel e tesoura” como se estivesse valendo minha vida. Eu já tentei mudar e andei tendo uma mania ridícula de tentar me entender, mas desisti, decidi me aceitar e ao mesmo tempo deixar de fora quem não me aceita desse jeito desvairado. Me apeguei a essa frase e decidi levá-la no bolso a calça: ”já que sou, o jeito é ser.
Eu desafino, perco o tom, eu grito aos quatro ventos. Procuro, continuo procurando por algo ou alguém. Tropeço, choro, levanto. Choro mais uma vez e vou secando minhas lágrimas enquanto anseio na busca pelo inimaginável. Passo por terras desconhecidas, tomo caminhos um tanto perigosos. Idas e vindas me compõem.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

     Deixo a música lentamente fixar-se em minha mente. Mudo o efeito do áudio para profundo, que felizmente me traz conforto por alguns minutos. Aumento este som para a minha cabeça perder a capacidade de pensar por alguns minutos numa tentativa de esquecer todo o sofrimento. Sinto cada palavra como se ela estivesse saindo de minha própria boca. Os minutos passam rapidamente e eu adormeço ouvindo aquelas lentas canções. Consigo ouvi-las distantemente, diminuindo cada vez mais, e quando percebo, já não consigo ouvi-la mais. Sinto uma forte dor em meu peito e caio ao chão sem ao menos saber o motivo. Então, ao levantar minha cabeça, percebo o por quê. Lá eu vejo você, rindo de minha queda e de minhas lágrimas. Tudo parece fácil a ti, não é? Continuo ao chão junto à minha dor, e você continua lá, nem ao menos olhando em meus olhos. Posso ouvir nossa música tocar cada vez mais intensamente, e percebo que você também consegue. Posso ver a dor em seus olhos, mas você não parece perceber a minha. A música vai ficando mais alta, e começo a lembrar do tempo em que éramos felizes. Você começa a se aproximar a mim e a dor em meu peito vai diminuindo a cada passo seu. Você segura minha mão lentamente, coloca-a em seu peito e diz: “Está vendo? Meu coração não bate mais por ti”, e você continua caminhando, afastando-se cada vez mais de mim. E então eu me desperto. Abro levemente meus olhos e sinto as lágrimas descendo involuntariamente em meu rosto. Por quê eu precisava lembrar-me desta cena todos os dias? A dor em meu peito volta instantaneamente, e eu sinto novamente a saudade batendo em meu peito, cada vez mais forte. Sinto como se nunca tivesse tentado ao menos esquecer-te, pois a dor voltou novamente, como se eu tivesse vivido esta cena novamente. Como se fosse a 1ª vez que você tivesse me abandonado.
    Nas tentativas singelas de versos dolentes, loucuras fogem em versos ardentes. Que me acompanham nas madrugadas insones, entre os sonhos perdidos, e a pequena mecha das doces manhãs. Cola-te sobre a tua pele macia, pedaço de poema, um pedaço de mim. Sobre o desequilíbrio das minhas palavras sussurra esse meu coração falsete. D’um lampejo inspirado, o pouco se desabrochou. Amanheço prosa, anoiteço poesia.
A brisa da janela faz balançar a cortina, por certo dormes de sonhos embrulhados, sem perceber passar o tempo. Éramos nós.. somente. Melodias mudas. Tudo que coloco de mim em um pedaço de papel parece-me tão fraco perto da intensidade das palavras no meu ser. Faço um poema de rimas brutas, combino palavras duras, no entanto não sei como me mostrar tão mentirosa às minhas verdades. Acompanho o nascer d’um novo dia, quando permito-me olhar de novo pela mesma janela a minha pele recebe o calor do Sol a pino. Meu papel permanece em branco, me encarando, jogando-se em minha face como uma mostra da minha música sem notas. Retomo, retomo minha poesia, transformo-a em mil, desfragmento-me em busca de mim, para que me possa escrever. Minha insensatez escapa pelo meu punho e espalha-se por minhas tentativas em vão de fazer meu esforço valer a pena. Desequilibro-me e caio, derrubada pela exaustão de uma noite não dormida. Não consigo colocar- me longe da vontade de poetizar. Entrego-me ao sono e ao cansaço, entrego à minha noite ao meio-dia.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011



Por tempos não me sinto assim: Satisfeita com o pouco. Parece que a felicidade é mais bonita, quando deriva de uma longa tempestade, de uma longa caminhada. Consigo enxergar beleza nas coisas simples, e fico maravilhada com isso. O som gutural de uma gargalhada, a música dedicada especialmente àquele momento, a surpresa de um abraço repentino, a satisfação ao ler um poema que traduz o estado de espírito, a proeza em se livrar da solidão… Tudo me traz paz e alegria. Sinto-me leve.

terça-feira, 23 de agosto de 2011


Nesse momento a tristeza toma conta dos meus pensamentos, na verdade o que me acontece são as maldades e o egoísmo das pessoas que vivem ao meu redor, elas acham que é fácil ser eu, como se eu tivesse uma vida perfeita e invejada por todos, na verdade pormenores que sejam, mesmo sendo pequenas o estrago delas em minha carne são devastadoras, o atrito de duas controvercias é o sentido aguçado do gosto amargo em minha vida, eu digo novamente como podem existir pessoas tão cruéis nese mundo, me livrai delas senhor de todo mal em minha volta, ao que tudo indica esse meu pessadelo é real, pois eu enchergo esses cruéis invisíveis esses fantasmas que tentam me perssuadir, mais nunca conseguem, tento rastejar em meus passos de dor e de angústia, espero que você não esteja passando pelo mesmo sofrimento de se sentir invisível em meio a multidão.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011



O sentido talvez não esteja no caminho que sigo, e sim, no que me faz retroceder. Ora, lá trás, tantos detalhes - mesmo que mínimos - se perderam. Me afobei, pestanejei, escapei de olhos vendados. Pisei nas pistas e só agora sinto a dor em meus pés. Entende? É que desta vez não estou reclamando da tristeza, dessa eterna solidão. Não estou. Estou apenas dizendo que a balança tende à dois lados e já não vale a pena observar só por um. Digo, foi diante das brumas que senti a falta do calor. Dei valor. Mas talvez tenha sido tarde demais. Talvez todas as mensagens de socorro tenham chegado somente agora, de forma tardia. Mas há tempo, há tempo sim… O relógio ainda não parou, o sino não badalou. Ainda há muito pela frente, embora algumas vezes eu tenha enxergado somente o fim do corredor. Visão míope, distorcida, pasmada… Cegueira diante da vida.
Os detalhes começam a se dispersar, as memórias vão sumindo aos poucos. Não é sua culpa, mas é verdade. Com o tempo, a imagem dele começa a se decompor aos poucos, e tudo o que resta é a saudade. Saudade, e esse enorme vazio no lugar onde ele costumava ficar. Então, qual o problema de olhar uma foto? Afinal, já se passou tanto tempo. É impossível que ele ainda tenha tal efeito sobre ti, e é só uma foto. Mal não há de fazer, não é? Vai lá, menina. A falta já deve estar apertando, eu te entendo. Todo mundo sente falta de algo que não deveria, todo mundo ouve aquela música e pensa em alguém que não deveria nem lembrar o nome. É mais normal do que você pensa, não se sinta sozinha. Quem te garante que ele não faz o mesmo? Me diz, afinal, ele pode estar segurando aquele velho colar. Ele pode estar sentindo o teu perfume nesse momento. E, como você, ele pode preferir não procurar. Porque amar também dói. E vocês já se amaram demais. 
Eram migalhas: estes teus pães mofados em cima da mesa, queres que eu coma? Faltou apetite; desde quando gostava de pães? Não, não gostava. Preferia os morangos de Caio, as cerejas de Lygia… Tanto sono, tanta intextualidade; só um livro na cabeceira… Ah, Clara! Marcando. Rastejou e recolheu. Vais comer? Coma, meu bem, coma os fungos, esta tua doença. Sem passado, sem lembranças. Pausou.   

– Ando pensando em você.
– Também perdi o sono.

sábado, 13 de agosto de 2011

   Quero entender porque a ideia de distância me apavora tanto se nunca te tive por perto. Minha aflição é tão grande que entorna em sorrisos, gargalhadas. Não perceba como deboche. É angústia. É a separação no vazio da proximidade. Gosto das tuas reticências, um ponto não te cai bem. Aliás, este “fim” que forço não nos cai bem. Se ao menos houvesse um conto para ser terminado, estaria em paz, teria pretexto. Nada há e mesmo assim, desespero-me. Poderia ser um drama desnecessário, entretanto, meu bem – que de meu não tem nada –, eu preciso dessa separação. Como disseste outro dia, o que tens para me oferecer já não é o suficiente pra mim. Essas meias-palavras secas de verdade me prenderam por tempo demais. E é justamente o que há de mais encantador em ti que me faz despedir agora: essa facilidade de jogar palavras ao vento sem nenhum peso ou culpa, o sorriso inesperado, a mordida no canto da boca, esses olhos que brilham e mostram que nada existe de morto dentro desse coração. É deprimente saber que não sou capaz de incomodar esse sentimento vivo, esse coração discretamente empolgante; por isso separo-me do teu gelo que esquenta, do vazio que completa. Quis e ainda quero ser a tua metade, mas tu já vieste inteiro. Nada falta em ti, nada mesmo. E como eu queria ver um espaço para poder me encaixar e ficar, ter um lugar a ser completado e mesmo grande ou pequeno demais, tomar para mim e aninhar-me. Encaixar-me entre seus sonhos. Morar no teu peito sem esperar ser muito ao ponto de transbordar. Apenas ficar ali, aí, contigo. Mas menino, tu és cigano. Cigano completo. Eu sou acomodada, tão caseira e preguiçosa. Se queres saber o que penso, essas características – que vejo como erros – nunca vão mudar. É a nossa essência. E por ser essencialmente metade, não me aguento mais querendo o teu inteiro. É tempo de ir.  

 Só encha a minha bagagem com um pouco mais das suas vírgulas e reticências…

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

  Você vai esperar quanto tempo mais? Vai ficar mais quantos dias sentado? Vai cruzar os braços e pronto? Vai ver as oportunidades passarem sem ao menos esticar o braço para pega-las? Vai deixar mais quantos Sol’s nascerem? Quantas Luas brilharem? Vai esperar a estrela cadente realizar seu sonho? Aliás, esta fazendo algo para ele se tornar real? Levante-se, erga a cabeça. Se mexa, lute, corra atrás do que te faz feliz, do que você quer, do que você sonha. O que cai do céu é água e do chão só nasce plantas.           
  Algumas pessoas dizem que com os anos o amor passa. Eu digo que não. Amor, meu caro não passa. E que passa é a paixão, o platonismo, o desejo de ser desejado. O amor não passa. Ele fortalece os laços. E quando o resto se vai o que fica é ainda mais verdadeiro.
  Eram diferentes demais, quem visse diria que não tinham futuro juntos. Ela gostava de amarelo, e ele gostava de preto. Ele era tão elétrico, ela era tão preguiçosa.  Ela gostava do quente, ele amava o frio. Pra ela, nada era mais lindo que o brilho do sol, pra ele, as estrelas tinham um brilho encantador. Ela gostava de estar arrumada, ele amava usar um jeans surrado. Ele era chato, e ela mais simpática impossível. Ele não tinha paciência pra nada, ela tinha paciência pra tudo. Longe dela, era esperto, perto dela um bobo apaixonado. Longe dele, era séria, perto dele parecia mais uma máquina de sorrisos. Se completavam? Não, se confundiam, mas em meio a tanta confusão eram felizes. E diante de todas essas diferenças, algo em comum eles tinham, e isso era amor.    
 Os calafrios tomaram conta da noite. Estavam os dois abraçados diante da cumplicidade da lua. Tímidos, evitavam se entreolhar. Nem mesmo se tocavam com muita intensidade. Era só o braço dele em volta do ombro dela e a cabeça dela reclinada em seu peito. Era só um sabendo da vontade do outro, mas sem proferir palavra alguma.
 Aos poucos, a mão dele foi deslizando pelas costas da menina, fazendo-a arrepiar. Foi como desabrochar uma flor. Com o simples toque de seus dedos, a menina se entregou. Jogou-o contra uma parede vizinha. Desabotoou os brincos, os panos e os tênis. Deixou tudo ao relento. Sem margem de erro. Somente dois corpos quase suados envolvendo-se perante a noite fria. Ela perdeu o chão, literalmente. Cercou-o com suas pernas delicadas. Incorporou o seu corpo ao dele. Um, dois, um. Instigados pelo sabor um do outro foram desvendando mais que o rosto. Ele a sufocava quando engolia sua pele. Arrepiava os arredores uniformes. Úmidos, unidos, únicos. Uma noite, maravilhosa noite. Noite deles.

 
  Talvez fosse melhor se cada pessoa na rua tivesse uma espécie de capa ligada a ela. Tivesse uma sinopse, uma dedicatória e um agradecimento. Talvez assim fosse mais fácil escolher quem entra na nossa vida e quem fica de fora. “Hm, esse é excêntrico demais pra mim.” “Hm, aquele outro gosta de muita curtição, vai me fazer sofrer.” Talvez assim fosse mais fácil rotular, separar, agrupar. Seria mais fácil fazer amizade, se enturmar, achar alguém com o gosto parecido com o seu. Mas não. Viemos todos sem nenhum código de barra pra identificação. Viemos todos sem embalagem, sem cupom de desconto, sem descrição dos ingredientes. Somos todos textos sem títulos. Somos todos palavras soltas sem sentido. Somos todos letras jogadas ao vento doidas para serem lidas. Mas com preguiça de ler a frase formada em volta. Somos acentos querendo ser utilizados, somos rimas preciosas querendo ser notadas. Mas com indiferença e apatia ao reparar os versos das pessoas ao lado. Com certo desdém em apreciar outras líricas, outra musicalidade. Mas talvez se as pessoas viessem com um título, nós nos interessaríamos mais em continuar. Já daria pra saber o que nos espera: romance, comédia ou terror. Mas não. É um mistério. É um enigma que só se descobre quando começa a ler. É um código que só se decifra quando tem força de vontade. E não tem jeito, todos somos um texto sem título, todo enfeitado, querendo chamar a atenção dos outros, mas com preguiça de reparar o que nos cerca. 

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De seu sorriso a quem mereça, Seu amor a quem te valorize, Suas lágrimas a quem te acompanha, e sua vida a quem te ama. 
A vida é muito curta pra ficar justificando resposta na prova.
Eu só quero que você entenda que eu te mando embora querendo que você fique. Penso em não te querer mais sonhando em como te ter mais um pouco. Fico com raiva de você e isso passa. Quero mais carinho e isso me cansa. Penso que você é um ser inatingível, um ser que vive num mundo fechado a mil chaves e cadeados…quero que você entenda: eu gosto de demonstrações de amor, paixão, seja lá o que for.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

   Tento organizar as linhas rabiscadas no canto da página. Estão tão confusas! Assim como minhas escolhas. Confusas e tortas. Tento falar o que se passa dentro de mim. Mas as palavras parecem travar na saída da boca. Elas parecem se perder no caminho do coração até a língua. Porque falar com o cérebro é fácil. O caminho é curto. Mas com o coração é complicado. Existem muitos caminhos diferentes e a gente acaba sempre se perdendo. O cérebro tenta filtrar tudo e acaba distorcendo. Fico tentando organizar os caminhos, mas sou uma só e meu corpo não quer se separar de mim. Ah, quem me dera ser só coração… Quem me dera não precisar pensar. Sentir é tão melhor. Apesar de doer, continua melhor. Mas sou uma antítese lapidada à mão. Sou uma contradição cuspida longe. Por mais que eu tente organizar minhas tortas linhas, nada consegue ficar melhor do que essas palavras soltas que vos digo sem sentido. Ah, como seria bom ser só coração.

   Eu vim, mas uma parte de mim ficou. E é como se agora eu estivesse vazia. Como se toda a minha completude tivesse sido destruída com um adeus. O abraço poderia ter sido mais forte, o batimento poderia ter sido menos suave, as palavras poderiam ter saído com mais naturalidade. Mas não foram. Mas eu fui. E não queria ter ido. Queria ter voltado. Agora o pensamento é constante no que passou. Agora o coração é tristeza porque acabou. Acabou mas continuará. Eu vim, mas voltarei. Por mais que a saudade agora pareça incontrolável. Por mais que a vontade de voltar seja inexplicável. A gente sempre volta. O coração sempre volta para aqueles que o detém. Porque é assim que me sinto: detida. Porque é assim que a saudade nos faz sentir. Aquele querer sempre voltar. Aquele querer sempre reviver. E não poder, mas acreditar que um dia poderá. Acreditar que um dia acontecerá. Acreditar. Saudade é acreditar.
Carta achada em meio as páginas de um livro encontrado num apartamento bagunçado. Páginas manchadas de sangue, e encontradas em cima do peito de um corpo suicida, com os pulsos cortados e um meio sorriso.
Ando bem nostálgico. Larguei o emprego a poucos dias. Penso em viajar, recomeçar tudo sem você. Talvez consiga, ser denovo, enfim feliz. Me distanciei das pessoas, ando bastante solitário. Não faço barba, sempre mancho a camisa de café. Voltei a fumar também. As vezes bebo, nesses domingos monótonos, deito no chão e me sufoco de tédio, nostalgias, saudades e porres. Não sei se consigo continuar. Tá bem díficil. A propósito, eu morri ontem. Por dentro. Apodreci, congelei, sequei de vez. Como de costume, fui aquele lugar que tomávamos café. Quer dizer, onde eu comprava o café pra te levar na cama e te acordar aos beijos. Passei em frente a uma loja de televisivos também, por incrível que pareça, nosso filme estava passando em todas as telas. Ignorei, doía. Passei a frente da livraria, e vi aquele seu livro. O favorito, até. Aquele que você tentava me convencer a ler quando nos conhecemos e ficava me contando a história. Comprei ele. Não sei, talvez me fizesse mais próximo de você mesmo depois de tudo que aconteceu. Vi casais apaixonados, e sentia inveja. Lembrava de como éramos. Vi crianças e lembrei dos nomes que tentávamos escolher antes de dormir. Via idosos e lembrava dos nossos para sempres…Do tempo que ficaríamos juntos. Tudo me lembrava você. Passei em frente aquela praça também, cujo banco fica no topo e dá pra ver toda a cidade. Aquela que você sempre me pedia meia hora que já ia chegar e demorava algumas horas se arrumando pra tentar me surpreender. Mal sabia que ficava linda de qualquer forma pra mim. O dia queria me dizer alguma coisa. Tinha perdido a noção de tempo, desde que aquilo aconteceu. Não estou dentro de mim, alias. Cheguei, e olhei o calendário. Dia 27 de julho. Naquele dia, completavam-se cinco anos após sua morte. Ontem, alias. Eu…Encarei o calendário e não quis acreditar. Pela primeira vez, cai em mim que tinha te perdido. Mesmo nos amando. Não gosto dessa ideia. Faziam cinco anos, e eu ainda te amava. Você ainda era tudo pra mim. Eu disse que seria pra sempre, não é? Pois então. Te encontro em meia hora?
Rir de mim e dizer que eu não seria capaz, não foi suficiente pra me derrubar, isso só me deu forças pra continuar e mostrar o quanto eu posso, então, tentem outra vez, que eu estou pronta.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

  Não preciso de muita coisa para ser feliz, as pequenas sempre me bastam. Posso parecer exigente e tudo mais, mas na prática é bem mais fácil, a retribuição de um carinho pode me fazer ganhar o dia. Um sorriso, um elogio. Uma palavra pode me derrubar, acabar com tudo que eu construí até agora, meus sonhos, planos, expectativas, mas também pode fazer com que eu me sinta a melhor pessoa que existe no mundo. 
   Eu fui até a beira do mar para ver se as ondas te traziam de volta ou levavam embora as mágoas que aprisionei na alma, mas elas apenas se desenrolaram aos meus pés e me doparam com a fragrância da marisia. Me obriguei - sem ter muitas opções - a entender que dor de saudade é irremediável e que cabia à mim aprender a lidar com a solidão, mas isso não foi suficiente para por fim ao meu silêncio interior. As palavras, então, tornaram-se meu único refúgio e passagem para a felicidade, porque davam-me a possibilidade de escapar do meu corpo e mudar de vida - mesmo que dentro de um mundo fantasioso. E entre as frases e parágrafos eu me transformei na dona do universo, vi você ao meu lado como rei soberano e nós, rumando em direção ao infinito, destinados a viverem felizes para sempre… Então eu rasguei todas as histórias, porque o sentimento cruel de decepção que seguia (já que na verdade estava sozinha apoiada sobre livros de contos de fada, invés de viver uma vida de verdade) só fazia doer. Sabe, talvez eu esteja destinada a passar o resto dos meus dias pensando no que poderíamos ter sido, talvez a vida a partir de agora seja vir à praia todos os dias e voltar para casa frustrada com as lembranças cada vez mais vivas, mas talvez não. E enquanto houver a possibilidade de ser feliz, não vou deixar de lutar, não importa se a água está fria ou quente, se o céu está ensolarado ou nublado ou se a memória poderá ser apagada ou não… Já decidi, meu anjo; já decidi e já fui…
   Você pensa que ninguém ira sentir sua falta, se algo de ruim te acontecer não é? Mas já parou e pensou que pode ter alguém que precise do seu sorriso, como você precisa do de alguém? Já parou para pensar que a vida da sua família não iria ser mais a mesma sem você? E Deus sempre sabe o que faz. Então, nunca desista de viver.
Você não sabe, mas nós vamos nos casar na praia. Eu vou rir no meio da cerimônia porque não consigo ficar séria nunca, e você vai demorar uns cinco segundos antes de responder o “sim” só pra me deixar apreensiva, prestes a ter um ataque de nervos. Então, vamos morar juntos. Em um apartamento no começo, meio apertado, meio bagunçado, mas nosso. Dias de segunda, quarta e sexta você vai fazer o jantar, terça, quinta e sábado, sou eu. No domingo vamos comer pizza mesmo. Nós provavelmente vamos brigar toda hora e eu vou te odiar pra sempre por uns cinco minutos antes de correr pros seus braços e dizer que te amo. Algum tempo depois, vamos comprar nossa casa branca, com várias árvores ao redor, e vamos ter nossos dois filhos - um casal - e o nome, óbvio, vai ser escolhido por mim. Eles vão ter seus olhos. Tem o nosso futuro cachorro também, ou nossos futuros cachorros, porque você sabe como eu amo animais. Vamos fazer compras no supermercado juntos, sabe? Só que eu vou tirar metade das coisas que você colocar no carrinho porque são desnecessárias. E ah, de noite, vamos no quarto dos nossos filhos contar uma histórinha para dormirem, cobri-los e dar um beijinho na testa deles antes de apagar a luz. De vez enquanto, os deixaremos na casa da minha mãe para fugirmos, sei lá. Uma noite a sós em algum lugar, numa praia, num bar, longe de todos, e seria como a primeira vez, o primeiro olhar, o primeiro beijo. Eu me apaixonaria ainda mais por você, se isso fosse capaz. Nós não seriamos aquele casal do filme de comédia romântica ou do tipo de conto de fadas, longe disso. Seríamos imperfeitos, birrentos, orgulhosos, chatos, mas sobretudo, estaríamos juntos. Você me fazendo ciúme e eu implicando com você o tempo todo, não importa. Você e eu, eu e você, e toda essa besteira de idealizar o futuro que uma garotinha boba e apaixonada tem. É isso que eu quero.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

  

 Quando você dança, seu propósito não é chegar a determinado lugar. É aproveitar cada passo do caminho.
    Porque quedar-se silente à felicidade, se quando deparados ao sofrimento ou à uma insatisfação, sabemos manisfestar perfeitamente a nossa dor ou criticas agredindo ao próximo ou à nós mesmos?   

   A resposta é simples, porque conforme estudado pelos antigos filósofos, criamos dentro de nós mecanismos de defesa para não sofrer, seriam como vacinas que nos deixam imune ao sofrimento.  

   Porém esquecemos que essas vacinas devem ter efeito momentâneo dentro de nós e não permanente, desta forma, esquecemos também de nos desarmar quando a dor e a desilusão passa, nos tornando, consequentemente, pessoas frias, as vezes agressivas, que não economiza palavras quando algo não lhe é conveniente. 

  Porém , já quando amada e feliz, entra em um regime de silencio, aliando-se à opção de não demonstrar, não de se expressar baseada na triste ilusão que isso não a fará sofrer, ou a fará sofrer menos.    

  Essa técnica pode até funcionar por algumas vezes, mas uma hora descobrirão seu jogo e toda a sua armadura desfragmentará. Bem como você verá o tempo que perdeu se limitando de amar, e se limitando de ser feliz!      

  E é por isso que eu hoje opto por amar e ser feliz à viver sob as sombras de desilusões passadas, pois a felicidade não retroage no tempo, ou ela existe ou ela não existe!

E é nas palavras de Djavan que manifesto o que o meu coração declama:

“Ah, mas eu estou tão feliz, dizem que o amor atrai!!"

Pesadelo

Amanhã eu vou acordar com uma nova esperança e esqueçer que o pesadelo sempre pode voltar no outro dia, Mas o pesadelo é apenas o contrario de um sonho bom,Se eu pensar forte e positivo ele Vai embora e fica tudo bem quando um novo amanhâ chegar.

Quando um novo amanhâ chegar eu estarei te esperando de braços abertos como sempre me esperou meu amor, sempre ao meu lado sabia me intender como ninguem no mundo jamais me intendeu.

Não quero ter mais pesadelos com o fim da nossa relaçâo,será que isso mesmo que voçê quer de mim amor, nâo consigo mais enchergar voçê o que está aconteçendo com todo amor que eu esperei de voçê, Por quê está acabando meu amor, por quê me responda com sinceridade, Por favor nâo minta mais pra mim.

Nâo consigo mais Nasçer se ninguem no mundo mais conseguir me intender, amanhâ eu vou acorda com uma nova tristeza sabendo que voçê foi embora e pretende nunca mais volta e para sempre viverei nesse pesadelo do amanhâ.
Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias minha própria personalidade, despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes.


O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade.


Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça.


Digo o que penso, com esperança.


Penso no que faço, com fé.


Faço o que devo fazer, com amor.


Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende!  

Cora Coralina
    Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.
   E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.      

Cora Coralina

segunda-feira, 27 de junho de 2011

  Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés.     
  Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer.

Pertencer

"Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes. E uma alegria solitária pode se tornar patética. É como ficar com um presente todo embrulhado com papel enfeitado de presente nas mãos - e não ter a quem dizer: tome, é seu, abra-o! Não querendo me ver em situações patéticas e, por uma espécie de contenção, evitando o tom de tragédia, então raramente embrulho com papel de presente os meus sentimentos."      

Clarice Lispector
   Viver em sociedade é um desafio porque às vezes ficamos presos a determinadas normas que nos obrigam a seguir regras limitadoras do nosso ser ou do nosso não-ser...
Quero dizer com isso que nós temos, no mínimo, duas personalidades: a objetiva, que todos ao nosso redor conhece; e a subjetiva... Em alguns momentos, esta se mostra tão misteriosa que se perguntarmos - Quem somos? Não saberemos dizer ao certo!!!
Agora de uma coisa eu tenho certeza: sempre devemos ser autênticos, as pessoas precisam nos aceitar pelo que somos e não pelo que parecemos ser... Aqui reside o eterno conflito da aparência x essência. E você... O que pensa disso?


Que desafio, hein?
"... Nunca sofra por não ser uma coisa ou por sê-la..."
Para além da orelha existe um som, à extremidade do olhar um aspecto, às pontas dos dedos um objeto - é para lá que eu vou.
À ponta do lápis o traço.
Onde expira um pensamento está uma idéia, ao derradeiro hálito de alegria uma outra alegria, à ponta da espada a magia - é para lá que eu vou.
Na ponta dos pés o salto.
Parece a história de alguém que foi e não voltou - é para lá que eu vou.
Ou não vou? Vou, sim. E volto para ver como estão as coisas. Se continuam mágicas. Realidade? eu vos espero. E para lá que eu vou.
Na ponta da palavra está a palavra. Quero usar a palavra "tertúlia" e não sei aonde e quando. À beira da tertúlia está a família. À beira da família estou eu. À beira de eu estou mim. É para mim que eu vou. E de mim saio para ver. Ver o quê? ver o que existe. Depois de morta é para a realidade que vou. Por enquanto é sonho. Sonho fatídico. Mas depois - depois tudo é real. E a alma livre procura um canto para se acomodar. Mim é um eu que anuncio.
Não sei sobre o que estou falando. Estou falando de nada. Eu sou nada. Depois de morta engrandecerei e me espalharei, e alguém dirá com amor meu nome.
É para o meu pobre nome que vou.
E de lá volto para chamar o nome do ser amado e dos filhos. Eles me responderão. Enfim terei uma resposta. Que resposta? a do amor. Amor: eu vos amo tanto. Eu amo o amor. O amor é vermelho. O ciúme é verde. Meus olhos são verdes. Mas são verdes tão escuros que na fotografia saem negros. Meu segredo é ter os olhos verdes e ninguém saber.
À extremidade de mim estou eu. Eu, implorante, eu a que necessita, a que pede, a que chora, a que se lamenta. Mas a que canta. A que diz palavras. Palavras ao vento? que importa, os ventos as trazem de novo e eu as possuo.
Eu à beira do vento. O morro dos ventos uivantes me chama. Vou, bruxa que sou. E me transmuto.
Oh, cachorro, cadê tua alma? está à beira de teu corpo? Eu estou à beira de meu corpo. E feneço lentamente.
Que estou eu a dizer? Estou dizendo amor. E à beira do amor estamos nós.                          

 Clarice Lispector

   E é inútil procurar encurtar caminho e querer começar já sabendo que a voz diz pouco, já começando por ser despessoal. Pois existe a trajetória, e a trajetória não é apenas um modo de ir. A trajetória somos nós mesmos. Em matéria de viver, nunca se pode chegar antes. A via-crucis não é um descaminho, é a passagem única, não se chega senão através dela e com ela. A insistência é o nosso esforço, a desistência é o prêmio. A este só se chega quando se experimentou o poder de construir, e, apesar do gosto de poder, prefere-se a desistência. A desistência tem que ser uma escolha. Desistir é a escolha mais sagrada de uma vida. Desistir é o verdadeiro instante humano. E só esta, é a glória própria de minha condição. A desistência é uma revelação.

      Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.
    Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, espararei quanto tempo for preciso.

O sonho

Sonhe com aquilo que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passaram por suas vidas.       

                                                                                                     Clarice Lispector  

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Kaki King

    Tanto tempo sem postar algo novo.
A alguns anos eu e meu primo, como de costume, estávamos procurando bandas novas no youtube, quando eu me deparo com essa artista e compositora genial que é a Kaki king.
vale apena apreciar suas músicas *-*
Goby é a minha preferida.



Carreira
 Seus dois primeiros álbuns Everybody Loves You e Legs to Make Us Longer foram especificamente criados para principalmente mostrar o que King sabia fazer com o violão. Entretanto, a partir desses primeiros álbuns, suas apresentações possuíam também guitarras, bateria e teclados. Em 2005, quebrou o contrato com a Sony e retornou para sua antiga gravadora, Velour Records.

No seu terceiro álbum Until We Felt Red, Kaki King toma um novo rumo em seu trabalho, começou a cantar, assim como a predominância da guitarra e a presença de uma banda completa tornaram-se evidentes.
Seu talento começou a movimentar a indústria musical e cada vez mais outros artistas chamavam King para tocar em suas produções. Foi a guitarrista convidada no álbum The Con da banda indie Canadense Tegan and Sara, lançado em Julho de 2007. Foi convidada também para a música "Ballad of the Beaconsfield Miners", da banda Foo Fighters.
Em março de 2008, lançou seu álbum Dreaming of Revenge no iTunes, com a música bônus "I Need A Girl Who Knows A Map".
Tanto tempo sem postar algo novo!  
Tenho certeza que é a minha falta de tempo.
Sim é minha falta de tempo.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Filme: Brilho de uma paixão

 Londres, 1818. O jovem poeta John Keats é vizinho de Fanny Brawne, estudante de moda de opiniões fortes. Seus mundos não poderiam ser mais distintos. Quando o irmão de John adoece, no entanto, Fanny oferece seus cuidados. Encantado, John se aproxima da moça e se oferece para ensiná-la poesia. Os dois terminam se apaixonando, e no momento em que a mãe de Fanny e o melhor amigo de John descobrem o caso, já é tarde demais para tentarem desaconselhá-los. O casal mergulha num romance obsessivo, no qual a paixão é tão forte quanto as turbulências, até que ele fica doente, e o problema se mostra intransponível...  


Análise:
   
Eu assisti esse filme ontem, minha tia comprou o DVD, mas eu não estava tão interessada a vê o filme, mas ao olhar a capa e a pequena sinopse do filme me fizeram repensar "será que assisto esse filme? será que é mais um daqueles filmes sem alma e dramático de mais?" eu estava completamente enganada.

  Sem exagero algum, este filme é épico! Comovente, sensível e, acima de tudo, envolvente do início ao fim. Além disso, explora muito bem a ambivalência dos personagens centrais, é uma história que comove e tem uma profundidade admirável, são traços como estes que faz com que a história ganhe alma e seja admirada pelos espectadores.
  Em Keats nós percebemos um homem genial, mas muito perturbado e inseguro. Fanny é plena de doçura, mas a arisques e a sua verve manipuladora também dão a cara. Por fim, o impagável John (o melhor de todos) rasga sutis sorrisos da plateia em razão de seu humor ácido e de sua inveja incontrolável.
  Brilho de uma Paixão não revoluciona o gênero, pelo contrário, trata com respeito suas regras, mas pode ser uma porta de entrada interessante para a nova geração que o desconhece. Fãs de emocore ou de Crepúsculo, por exemplo (olha a heresia), podem se identificar com o amor que se manifesta não de um jeito abertamente carnal, mas por rimas. Em comparação com Crepúsculo, Brilho de uma Paixão não só é melhor cinema, como também melhor literatura. A paixão proibida de Keats e Fanny é, acima de tudo, uma luta para se expressar. O filme é poesia pura do começo ao fim.


Obs: O filme é baseado em uma história real, John Keats (Londres, 31 de outubro de 1795 - Roma, 23 de fevereiro de 1821)  foi um poeta inglês. Foi o último dos poetas românticos do país, e, aos 25, o mais jovem a morrer. Se vocês assistirem o filme irão entender a emocionante e triste trajetória desse grande poeta. 
  

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Julio Verne: Viajem ao centro da terra


  A obra de Julio - Viagem ao centro da terra - é uma história de aventura e mistérios. Tudo começa quando o professor Lindebrock acha um documento antigo em um livro, e com a ajuda de se sobrinho, Axel, desvenda o enigma, pois no documento haviam apenas símbolos rúnicos que escondiam a façanha de Saknussemn, a viagem ao centro da terra. Os dois acabam descobrindo que na montanha Sneffels, há uma cratera chamada Scartaris e que através dela, era possível chegar ao centro da terra. Após uma especulaçãoe outra, a respeito dos pros e contras, finalmente decidiram iniciar a viagem extraordinária. Com a ajuda de um guia chamado Hans, já que a maior parte do romance se passa na Islandia, é quem os ajudou e acompanhou nessa Odisséia. A história é contada pelo narrador- personagem(Axel) que tenta ao longo da história explicar e contestar as loucuras do tio. Ao longo da narrativa, temos um aprendizado constante sobre geologia e palenteologia, pois os personagens se comportam como se estivessem em uma expedição mineralógica. As obras de Júlio Verne, como vinte mil léguas submarinas e volta ao mundo em oitenta dias, caracterizam- lo como o precursor da ficção científica moderna. Se compararmos a obra de Júlio Verne, Viagem ao centro da terra, com o filme baseado nela, teremos um contrastegigantesco, pois o modo como a viagem é feita, é completamente diferente. No livro, são três pessoas que vão em direção as entrnhas da terra, apenas com os suprimentos, já no filme é um grupo de cientistas, com equipamentos modernos e uma nave de última geração. Júlio Verne escreveu seus romances no final do séc.XIX, e na época ele pode proporcionarà sociedade da época uma viagem a mundos desconhecidos e devido a sua genialidade e criatividade, sua literatura é uma das mais poupulares do mundo. Talvez os movimentos da época, como o determinismo,o positivismo, e a teoria da evolução de Charles Darwin, tivessemincentivado oudespertado tais idéias na mente dele, porém isso é algo que nunca saberemos ou talvez não seja fácil de provar. O interessante deste livro é que ao mesmo tempo que tudo nele parece impossível, a história em si parece muito real; os personagens durante o romance sempre explicação para tudo. E Axel mesmo não concordando com o tio e sentindo falta da sua amada Grauben, acompanha o tio nessa aventura e ele é que se torna o protaginista do romance, além é claro da própria narrativa em si. Essa é sem dúvida, uma aventura que vale a pena ser lida,o romance não é apenas uma forma de adquirir conhecimento, mas a viagem ao centro da terra também é uma história que te leva a acreditar que aquela história, poderia ser real.
  

Analise:  

  É um livro de fácil leitura, indicado especialmente para quem gosta de aventuras. Aliás, todos os livros de Julio Verne são assim, deliciosamente bem escritos e fantásticamente bem imaginados. Sim imaginação é o que não falta nos seus livros. No entanto, é também bastante educativo, pois relata muitos fatos "verdadeiros" pelo meio. Ou seja, à medida que relaxamos nesta leitura também podemos ir aprendendo algumas coisas de geografia e geologia.
 Quem não conhece a obra de Júlio Verne? O maior escritor de ficção ciêntifica de sempre! Com descrições e pormenores fantásticos, este livro torna-se imprescíndivel para quem gosta do género e não só. Tendo em atenção a altura em que o livro foi escrito, Júlio Verne foi um génio da literatura mundial! Como diz o título este livro trata de uma perigosa e frenética aventura ao centro da terra. Mais pormenores? Leia o livro, é simplesmente excelente e marcante! Sendo de uma leitura fácil, este livro apaixona a cada palavra, prende a cada frase....é difícil fechá-lo...   

Recomendo não só "Viajem ao centro da terra", mais sim todos os livros de Julio Verne um grande escrito.