segunda-feira, 29 de agosto de 2011

    Nas tentativas singelas de versos dolentes, loucuras fogem em versos ardentes. Que me acompanham nas madrugadas insones, entre os sonhos perdidos, e a pequena mecha das doces manhãs. Cola-te sobre a tua pele macia, pedaço de poema, um pedaço de mim. Sobre o desequilíbrio das minhas palavras sussurra esse meu coração falsete. D’um lampejo inspirado, o pouco se desabrochou. Amanheço prosa, anoiteço poesia.
A brisa da janela faz balançar a cortina, por certo dormes de sonhos embrulhados, sem perceber passar o tempo. Éramos nós.. somente. Melodias mudas. Tudo que coloco de mim em um pedaço de papel parece-me tão fraco perto da intensidade das palavras no meu ser. Faço um poema de rimas brutas, combino palavras duras, no entanto não sei como me mostrar tão mentirosa às minhas verdades. Acompanho o nascer d’um novo dia, quando permito-me olhar de novo pela mesma janela a minha pele recebe o calor do Sol a pino. Meu papel permanece em branco, me encarando, jogando-se em minha face como uma mostra da minha música sem notas. Retomo, retomo minha poesia, transformo-a em mil, desfragmento-me em busca de mim, para que me possa escrever. Minha insensatez escapa pelo meu punho e espalha-se por minhas tentativas em vão de fazer meu esforço valer a pena. Desequilibro-me e caio, derrubada pela exaustão de uma noite não dormida. Não consigo colocar- me longe da vontade de poetizar. Entrego-me ao sono e ao cansaço, entrego à minha noite ao meio-dia.

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