segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Gentilezas.

  Um dia desses eu estava caminhando perto da minha casa, numa dessas calçadas estreitas que tem aos montes, quando a sacola de compras de uma senhora que caminhava na minha frente arrebentou e dela caíram várias laranjas. Obviamente, quer dizer nos dias de hoje nem sei se é tão óbvio assim, parei para ajudá-la.
  Depois de ter recolhido tudo junto com ela, sobrou uma laranja que eu peguei e quando fui entregar, ela me ofereceu como presente em agradecimento pela ajuda. Agradeci de volta, ela me desejou sorte e cada um seguiu seu caminho, o seu dia e foi cuidar da vida.
  Nada demais, uma historinha boba como qualquer outra que pode acontecer com qualquer um se não tivesse servido para me fazer pensar que caso ocorresse durante alguma viagem minha por qualquer lugar do mundo, eu pensaria assim: “nossa, que povo simpático, educado, cortês”.
  O ser humano consegue ser extremamente agradável quando quer, o grande problema é que não se esforça nem um pouco para isso na maioria das vezes. A nossa sociedade contemporânea atribui força e delega admiração à indiferença e ao cinismo solitário, ao sarcasmo que invariavelmente é confundido com inteligência.
  Essa brutalidade intrínseca é tão presente e tão “normal”, que uma pequena e doce experiência como essa me faz acreditar que a despeito de tudo, nem todos valorizam o áspero, o demasiado objetivo, o impessoal e que de vez em quando alguém pode lhe oferecer a sobremesa do seu almoço numa simples retribuição a um ato de solidariedade.

O meu “obrigado” à simpática senhorinha por isto.

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