sexta-feira, 29 de julho de 2011

   Tento organizar as linhas rabiscadas no canto da página. Estão tão confusas! Assim como minhas escolhas. Confusas e tortas. Tento falar o que se passa dentro de mim. Mas as palavras parecem travar na saída da boca. Elas parecem se perder no caminho do coração até a língua. Porque falar com o cérebro é fácil. O caminho é curto. Mas com o coração é complicado. Existem muitos caminhos diferentes e a gente acaba sempre se perdendo. O cérebro tenta filtrar tudo e acaba distorcendo. Fico tentando organizar os caminhos, mas sou uma só e meu corpo não quer se separar de mim. Ah, quem me dera ser só coração… Quem me dera não precisar pensar. Sentir é tão melhor. Apesar de doer, continua melhor. Mas sou uma antítese lapidada à mão. Sou uma contradição cuspida longe. Por mais que eu tente organizar minhas tortas linhas, nada consegue ficar melhor do que essas palavras soltas que vos digo sem sentido. Ah, como seria bom ser só coração.

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