Os calafrios tomaram conta da noite. Estavam os dois abraçados diante da cumplicidade da lua. Tímidos, evitavam se entreolhar. Nem mesmo se tocavam com muita intensidade. Era só o braço dele em volta do ombro dela e a cabeça dela reclinada em seu peito. Era só um sabendo da vontade do outro, mas sem proferir palavra alguma.
Aos poucos, a mão dele foi deslizando pelas costas da menina, fazendo-a arrepiar. Foi como desabrochar uma flor. Com o simples toque de seus dedos, a menina se entregou. Jogou-o contra uma parede vizinha. Desabotoou os brincos, os panos e os tênis. Deixou tudo ao relento. Sem margem de erro. Somente dois corpos quase suados envolvendo-se perante a noite fria. Ela perdeu o chão, literalmente. Cercou-o com suas pernas delicadas. Incorporou o seu corpo ao dele. Um, dois, um. Instigados pelo sabor um do outro foram desvendando mais que o rosto. Ele a sufocava quando engolia sua pele. Arrepiava os arredores uniformes. Úmidos, unidos, únicos. Uma noite, maravilhosa noite. Noite deles.
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